Cássio recorre a navios para postular a questão do peso no mais cinético e impalpável dos meios de produção de imagens: a fotografia. Ele faz a luz ter peso e gravidade. É massiva a presença desses corpos de ferro, desprovidos de janelas, ocupando quase todo o quadro. As tomadas, feitas do ponto de vista de alguém na linha da superfície, fazem sentir o volume da água e o tamanho dos cascos.
A imagem, ligeiramente desfocada, sem bordas, ganha a consistência informe das nuvens. Água, céu e navio se confundem numa só textura material.
Nelson Brissac
Filósofo e organizador do projeto Arte/Cidade
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